Antonio Sousa-Uva
Mais uma comemoração de um “Dia Mundial da Saúde”, este ano evocando o Direito à Saúde. A esse propósito:
- Os preceitos constitucionais, nesses âmbito, estarão a ser cumpridos?
- Poder-se-á falar em “Direito à Saúde” num contexto de crise, até no acesso à prestação de cuidados?
- Apenas as leis da oferta e da procura promoverão, por exemplo, as respostas em Saúde Pública ou a literacia em saúde?
- Serão suficientes os resultados das actuais políticas públicas para que haja Direito à Saúde?
- Ou, em alternativa, serão necessárias novas políticas públicas de saúde?
O “empoderamento” em saúde, componente essencial do Direito à Saúde, exige para além de novas políticas de saúde, uma maior literacia que não se esgota na informação sobre as doenças crónicas mais prevalentes (e nos aspectos gerais da sua prevenção). Também não se esgota na atribuição de vauchers para acesso à prestação de cuidados. Ou esgota-se?
A reflexão que tais formas de comemoração pretendem promover são excelentes oportunidades para que todos, e cada um de nós, possam valorizar mais a saúde e não apenas a (ausência de) doença. Para que tal aconteça é preciso investir muito em Literacia e não apenas em prestação de cuidados, e menos ainda apenas na acessibilidade, por forma a robustecer o Direito à Saúde.